É irritante, revoltante e encantador.

Você não faz ideia a raiva que dar não ter a certeza das coisas, esse talvez sim, talvez não é capaz de tirar alguém do sério. Tudo bem que as coisas custaram a acontecer, tudo bem que as vezes se fala demais, mas não há motivos para maus tratos. É uma pergunta tão simples, sim ou não responde fácil. A revolta é não precisar. Não fui eu que aticei, não fui eu que comecei, aí cê vem e some! Se não aguenta, para quê veio? Estava tudo tão bem, tão conformada com as minhas utopias. Aí cê aparece, faz um pouco de charme e some, e eu fico aqui encantada por quem sei que não dá para deixar encantar-se.

É encantador sabe-se lá porque, cê brigou pra entrar e entrou, não tá fazendo por onde ocupar o espaço mas ainda assim eu deixo a porta aberta. Espero de um lado, espero de outro e nada, só o velho talvez. Só não ando com tempo de esperar muito sabe, tô na primeira deixa e você só no papo que não é charme, quero mesmo vê até quando. Pode até ser que o desfalque seja meu, pode até ser que a errada seja eu, posso até está viajando sozinha, mas pode ter certeza que o primeiro erro de tudo é o teu irritante e revoltante talvez, mais ainda porque consegue me encantar.

Para mim, ou sim ou não. Mais ou menos, não!

Talvez esse seja o maior dos riscos, senão o maior, o que mais pode machucar, vou arriscar como nunca arrisquei. Aprendi que o máximo que se leva nessa vida é um não, a gente chora um pouquinho, fica mal, mas não dá morrer. O medo que dá é a falta de fundamento, não há bagagem, estrutura para isso, mas sabe quando a gente cansa de esperar?

“Sou sua, mas não posso ser, sou seu, mas ninguém pode saber. Amor eu te proíbo de não me querer” Mais uma vez, Nando Reis decifra sentimentos, é exatamente isso que acontece. Reservo-me para alguém que sei a carreira que dá se souber disso, me reservo sem que elas percebam e reclamem, me reservo para quem nem sabe. Alguém que me têm fácil, mas que aparento ser difícil, alguém que esnobo, prego o desapego. Desapego que até já existiu, mas que hoje é tudo que não se pediu. Já não sei se isso era previsível ou não, já não sei se deve ser assim. A verdade é que cansei de esperar, rodar, criar expectativas e depois começar tudo de novo. Encanto sempre existiu, mas estive cega, depois acho que fiz besteira, agora conto com a sorte e uma frase de Nando Reis.

Não, não é amor, é escolha! Não, não é risco, é loucura! Coragem sempre foi o meu forte, mas dessa vez está sendo fraqueza, maturidade para esquecer que fiz eu tenho, o que falta é coragem de fazer. Esse era um momento em que queria ter certeza, que um sinal pudesse responder, podia ser do além, do horóscopo, de uma piada, qualquer coisa que falasse “faz, não faz”. Temo que não aconteça novamente, que não tenha a chance. Me pergunto se a culpa foi minha, se tudo que foi dito não passou de conversa de bêbado. Penso na reação, no sim ou no não.

Como pode o destino ser tão belo?

É mais um ciclo que se fecha, mais um momento em que as peças se encaixam dentro de um quebra cabeça que parecia eterno. É mais um nível que se sobe, dessa vez, um bem mais alto e distante. É um passo sem volta novamente, que meche com tudo, causando medo.

Apostando no risco mais uma vez, só que agora, sem testemunhas e apoio, um segundo passo sozinha, não programado. Os planos eram outros e a ideia surgiu do nada novamente, um “insight”. Perigoso, isso nunca foi problema. Ousado, é sempre bom um frio na barriga. Necessário, porque tudo tem limite, é melhor subir do que fechar os olhos para tudo isso. Enquanto há perspectiva de mudança se tenta, mas quando se aceita, é preciso fechar os olhos ou fugir. Parece até covarde, mas é uma fuga, muito cruel por sinal, mas que não faz mal.

É uma transição muito grande, são caminhos sem volta que coincide com todos os nós que se amarram, como pode o destino ser tão certo? Ninguém viu os nós se unirem, ninguém imaginou que seria agora, ninguém avisou a hora. Mas é sempre assim, indutivo, assustador, mas nunca impossível, sentir-se assustado serve para manter o alerta ligado, só isso! A mente precisa estar concentrada atenta a todos os caminhos, no controle de cada passo. O automático funcionou até aqui, só que agora é manual, todos os caminhos já foram trilhados, o destino não esqueceu nada, parece até que copiou tudo o que foi listado. Agora cabe ao motorista dominar esse volante com segurança suficiente.

Trata-se de um motoqueiro sem passageiro, uma viagem só, de você com você mesmo. A sua volta todos estão bem, todos ficarão bem, até com isso o destino se preocupou. Sua presença não deixou de ser necessária, mas não é fundamental, dá para pegar a estrada sem deixar ninguém para trás. Todos vão caminhar, talvez outros caminhos, mas dessa vez, ninguém ficará na mão. Dessa vez, suas mãos são suas, o volante é seu e a estrada é somente sua.

alzheimer de sentimentos = lapsos de razão.


Racionalmente perturbada, é assim que me encontro, só pode. Como assim as minhas escolhas são pelo caminho nitidamente errado e ainda assim eu não faço nada? Sabe quando racionalmente não é a escolha a ser feita, o caminho a seguir nem a postura a tomar, mas mesmo assim você não se importa com nada disso? É mesmo que uma criança sem noção do perigo que se aventura para buscar um biscoito na prateleira mais alta do armário. Como essa criança sou eu, não me espanta o risco novamente, minha zona de conforto já está tão fragilidade que não me preocupa mais alguns riscos.
São riscos que podem fragilizar muito mais o que já está há tempos desgastado, ainda mais quando se sabe as baixas chances do errado tornar-se certo. Tenho indícios muito pequenos e fracos para sustentar a minha decisão, é verdadeiramente um Salto no escuro. Sem fundamento, sem argumento, mais uma escolha que um pensamento. Mas que saltarei sem proteção ou receio, abrindo mão de quem poderia ser a solução. Não é questão de errado ou sem futuro, é apenas sem sentido.
É errado e sem amor, por mero conforto de quem quer se sentir completa, de quem já cansou de apostas certas e com fundamento, que cansou de acreditar que daria o que nunca deu, de esperar por quem não esperou. A estratégia se torna o reverso, assim como da ultima vez, quem sabe me disperso. Nesse tempo, muito se encaixou e nada vigorou, quem sabe agora não vigora? E caso o contrário não aconteça, paciência, meses de tristeza e algumas doses a mais de maturidade não me farão tão mal assim. Mal fará, mas é um mal plantado e regado por mim.

Por que a gente é assim?



Mais uma dose? é claro que tô a fim!

Todo mundo sente dor

Ouvi dizer que quando se está mal consigo mesmo é pior do que aqueles problemas externos. Quando há uma paz interna, todos os estresses parecem ser meras tensões solucionáveis. É cansativo forçar sorrisos e alegrias quando a gente sabe que por aqui não estamos sorrindo e felizes. Detesto quando surgem essas “bad trips”, são verdadeiros turbos que enlouquecem. O que era doce e simpatia se tornam abuso e acidez, é como se houvesse duas pessoas aqui. Uma que quer mudar tudo pra vê se o mundo gira de novo, mas vive escondida dentro de uma que ainda dá valor as amizades e a vida que tem.

Quero outro ambiente, outros personagens, outra rotina onde eu esteja guiando o caminho, não sendo guiada por quem nem se dá conta do que acontece. É muito bom fazer as vontades alheias, dá atenção, ouvir opiniões racionais a seu respeito, mas e o querer? A emoção da vida fica onde nessa história? Pode não parecer, mas há um muro rachado aqui do lado que com cordas vou mantendo os tijolos em pé? Mas até quando?

Pode até parecer está reclamando de barriga cheia, mas parece que aqui tem tudo e ao mesmo tempo não tem nada. É como se não estivessem exercendo as funções certas, é tudo muito fugaz e momentâneo, tanto faz estar bom, como daqui a pouco tudo não funcionar. E essa falta de sintonia acaba fazendo que coisas leves se tornem densas e complicadas, cheia de estratégias e maquiavelismos.

São verdades que quase ninguém consegue vê e que não deve dar atenção. Nem tudo são flores e as dores também devem ser vividas. Não por escolha, mas porque acontece. Domingo são dias tristes, o ócio e o cansaço fazem dele um dia cinza e reflexivo. Já tiveram dias piores e eu não morri, já não exponho, nem choro, todo mundo sente dor.

Mais uma parte de mim



É... se mais pessoas me conhecessem, elas também diriam isso.

A verdade é que, se eu pudesse, falava agora


Ainda está pra existir o dia em que os meus sentimentos serão plenos, menos de um mês e cá estou eu novamente, conversando com a luz para vê se me entendo. De onde vem e pra onde vai toda essa inconstância? Por que reclamo tanto de barriga cheia? É só uma fase, já aceitei, então por que ainda estou aqui? Vendo o filme novamente, não vejo o dia de tudo isso mudar! Oh, não quero me casar, só preciso me completar. É sempre a velha busca pela excelência, realização pessoal, plenitude humana... são vários os nomes bonitos para uma velha carência onde tornou-se bonito chama-la de realização.
Não, não me sinto realizado, mas e daí? Minha idade é pouca para uma mente apressada que não sei de onde, colocou na cabeça que é preciso sentir-se realizada. Mas o que é realização se não o comodismo e velhice? Busco uma coisa que não faz sentido para mim, mas o desejo de realização é indutivo, a ponto de me incomodar até com as burrices alheias. Minha estrada é longa, não devia querer isso agora, não precisava me encontrar, traçar objetivos tão cedo. E se lá na frente não for isso. Não, também não tenho medo, mas o que é isso senão medo? Sei o que quero e deixo de querer, só penso que posso estar deixando algo importante pra trás, talvez não esteja no caminho certo.
É uma mistura de tristeza e raiva que perturba tudo aqui dentro e na reação acabo me sentindo uma heroína capaz de falar e fazer o que quiser para confortar o peito. Por isso fico aqui construindo frases que nunca serão ditas, montando cenas que nunca serão encenadas. Que vontade de chamar todos de cegos e idiotas que não percebem um palmo a sua frente. Perde tempo sendo fraco e inseguro, acaba fugindo, mentindo, se iludindo. É sempre assim, todas as noites te recuperando e perdendo novamente, pra amanhã ter que começar tudo de novo. As vezes acho que isso nunca vai ter um fim, então eu pergunto, por que somos assim?