Idiota.

É engraçado quando você espera um monte de coisa de uma pessoa e aparece outra, do nada, e faz tudo aquilo que você há tanto tempo queria e ninguém nunca pensou em te dar. É quando a gente percebe que somos reféns e não donos do tempo, que por mais que você faça por onde, quando não é pra ser, não adianta insistir, claro que é preciso tentar, mas há limites até nas tentativas.

É.. não será você, não por falta de iniciativa, mas por falta de interesse seu. Quem chegou depois, me deu muito mais em tão pouco tempo, não sei se por merecer ou pra me fazer desistir de você. Independente da razão, é mais um que desisto sem saber o que poderia acontecer...

Peço três.


Quanto mais eu penso, mais não entendo como se tornar merecedora, sei todos os princípios, mas sei que não somos de cumpri-lo. Mesmo sem saber, faço os meus pedidos, merecedora ou não, quero outra casa, outro amor e outro trabalho... quase nada! Praticamente uma vida nova sem nem saber se é hora. To me sentindo em 2009, só que dessa vez eu tenho mais medo, se não der certo, o estrago será maior. Não sei se estou de acordo com o meu destino, não sei se mereço e por isso me prendo. Não há nada, nem ninguém para me segurar lá em baixo e sei que as minhas escolhas vão machucar, pra variar, quem não merece!

Minha mania de não dizer não, somada a minha ambição geraram uma puta decepção

Cinco é pouco pra quantidade de bombas atômicas em cima do meu cérebro, não aceito o “abraçar o mundo” não sei se por orgulho, mas de fato, estou sobrecarregada. Queria poder fechar os olhos e não vê o tempo passar, para só acordar quando tudo estivesse na ordem que pedi. É mais uma crise onde tudo parece estar errado, o lugar onde estou, para onde e com quem vou, não quero nada disso, o meu querer estar em outro lugar.


Vou fazendo o que não queria, vacilando onde não devia, reprovei cadeira, perdi o foco, perdi os prazos não era isso o que eu queria, mas é isso que dá! Estou onde não queria estar, sentindo a decepção da minha ambição, da minha necessidade às vezes doentia de aumentar o meu repertório. É uma busca incessante de querer estar sempre fazendo alguma coisa, envolvida em algum projeto, atuando de alguma maneira sem se dar conta que tudo se repete, que o que acontece hoje, acontece amanhã, depois, e depois. Não é o primeiro tropeço workholic da minha vida, dessa vez pelo menos eu como e durmo, mas não queria ter atingido o que atingiu. Mudei de faculdade pra melhorar e não sei se melhorei mesmo, me encontrei bastante, mas não está sendo exemplar como deveria, perdi o controle das coisas.


Foi preciso chutar o balde pra mente esfriar um pouco, ainda dói muito toda essa tensão misturada com decepção e arrependimento. Não sei se acordei tarde, não sei onde de fato errei, só sei que vacilei e me sinto responsável demais pra aceitar isso numa boa. Ainda prefiro aceitar e errar agora do que lá na frente, quando deixar de ser aprendiz mas esse pensamento não conforta, ainda que ninguém critique ou julgue, eu sei que errei e isso não é legal. É aquela velha história, “merdas acontecem”, é conformismo demais, eu sei, mas não há mais o que fazer, minha mania de não dizer não somada a ambição geraram uma puta decepção. Paciência! Não há mais o que fazer, a não ser jogar a sujeira pra debaixo do tapete e arrumar a casa novamente, pra lá na frente voltar pra limpar o tapete, já que a poeira, infelizmente, não some sozinha.



Esse filme eu já vi

É ruim quando as coisas não são como se espera, pior ainda quando se une amor e amizade em uma mesma balança. Não acho que seja a pessoa, mas sim o comportamento, um pensamento individual que em nenhum momento para pra perceber uma possível satisfação alheia. É atitude de quem olha o próprio umbigo, de quem não pensou que um simples desapego poderia trazer a paz de espírito de outrem. Pensamento este que não me surpreende, mas me entristece me faz pensar duas vezes sobre o nível de bondade das pessoas.

Não é a pessoa e sim o ato, poderia ser qualquer um, o desentendimento seria o mesmo e nem tão inesperado. Não associei as coisas, até porque, entendia como uma coisa boba, como as muitas coisas bobas que já pensei a respeito e nunca precisei externar. Mas cada um, é cada um, não é só porque guardo certos sentimentos que as pessoas vão fazer o mesmo, infelizmente, ninguém tem a mesma maturidade e postura. Não queria esse sentimento em mim, principalmente quando se trata de quem se trata, mas às vezes é preciso olhar para si. Pode parecer falta de consideração, pode parecer desnecessário, pode parecer muita coisa, mas pra mim, é um filme que já vi e que mais uma vez me deposita uma culpa que não é minha.

Tudo acaba ficando muito confuso, a insegurança bate a porta e você se sente um merda sem ser. Não foi proposital, aconteceu como acontece todos os dias, só teve a infelicidade de se tratar de um triângulo uniforme ao invés do velho círculo de convívio que partilhamos. E que além da estreita relação, as pessoas presente nela às vezes não conseguem vê o outro lado da história e dentro de diálogos se aproveita para alfinetar e colocar a prova princípios estabelecidos. E um sentimento de posse idiota acaba produzindo dúvidas sobre algo que nunca faria, poderia ter feito e nunca fiz.

Já usei o “aconteceu” como justificativa uma vez, só que agora eu sabia o que estava fazendo e fiz por achar que as pessoas não seriam egoístas e possessivas, mas foram e eu também já fui e fiz. Não é motivo para briga e tensão, mas sabendo do que sei, não será natural nem agradável, será um parêntese que nem todos terão acesso, será uma omissão. Isso se tiver que ser alguma coisa, pois até agora eu não sei, me pergunto até onde vale a pena e o que é mais agradável. Na balança, sei bem o que pesa mais, mas ainda que submisso, tenho o meu orgulho e necessidades, quem ninguém leva em conta e que eu não posso deixar de contar.

Seus argumentos não justificam, me revoltariam se eu não soubesse quem é, me afastariam se eu já não soubesse que isso poderia acontecer. As vezes que disse não ou que não me envolvi foi exatamente para evitar situações como essa, nunca foi assim, mas já foi parecido. E assim como tudo, você vai esquecer isso e vai ficar de boa, mas eu sempre vou saber que esses defeitos não ficaram para trás e assim como acontece com os outros, ele pode me acertar novamente. Fico por não dar importância a nada disso, por mais uma vez relevar seus defeitos e manter-se solidária a quem nem sempre será solidária comigo.

Esvaziando um pouco a bagagem, deixando muito para trás.
Baterias carregadas pela mãe terra, mente aberta e cheia de paz
Fazendo escolhas duras, mas as vezes é assim que se faz...

Foi perdendo noção de tempo que ré-fiz o meu espaço
é quando a gente se desprender que nós amarramos ou soltamos os nosso laços!

Porque amor é não pensa, amor é sentir.

Hoje eu descobrir que quando gosto de verdade, faço poesia. Faz-me lembrar Vinícius de Moraes, vários amores e o dobro de versos. Não estabelecendo uma comparação e sim, uma referência ainda não pensada. A verdade é que me apaixono fácil, não que eu não soubesse, mas hoje tenho certeza. Observo que os meus sentimentos nascem em textos, em frases soltas, algumas analogias poéticas e que de acordo com o amadurecimento, tornam-se poesia. Não que eu seja poeta, longe de mim, mas os meus textos se tornam mais filosóficos quando há amor em mim.

Ainda que nova, sinto que provei os vários lados do amor, daquele bobo ao mais avassalador. Fui do ápice da falta de limites, até o chão de ser deixada, depois que subi me prendi a sentimentos bobos e só depois de muito tempo, me entreguei novamente. Dessa vez eu provei o amor em seu estado puro e amável, foi quando vi que as pessoas ainda são capazes de amar sem pedir nada em troca, que cede com os olhos fechados, pelo simples prazer em amar alguém.

E hoje eu não amo ninguém, tenho pessoas potencionalmente amáveis, mas nada que me faça sentir o que já senti. Acho que é porque hoje penso demais, tudo que aconteceu foi indutivo, as vezes que amei e sofri não foram porque escolhi. Talvez amor e razão não combinem e enquanto eu pensar em amor, ele não irá existir. Porque amor é isso, é deixar entregar-se, é pensar no plural, é ocupar dois lugares no mundo. Porque amor é não pensa, amor é sentir.

Uma jornalista em crise

Mesmo sem canudo e DRT já me sinto em crise com a minha profissão, esta que independente de mim, já vive uma crise tremenda. Nunca imaginei recorrer ao lead para estruturar uma matérias, formular perguntas para um entrevista, trabalhar sem o tesão e questionar o caminho a seguir. Não, nunca abandonar a profissão, mas hoje já não sei se quero o impresso, se minha paixão é somente a televisão. Sinto falta do rádio, temo acabar em assessoria de comunicação.

Provei do bom e agora fechei os meus pensamentos, é como se só o que é relacionado à cultura fosse bom ou interessante. Tenho dificuldades para fazer o meu texto fluir, escrevo sobre vários temas ao mesmo tempo, já não tenho uma linha, um perfil de pensamento que me faça ter uma boa desenvoltura e ainda acho que se não é cultura, é perca de tempo. Sempre fui aberta a experiências e destemida quanto aos resultados, me espanto com esses bloqueios.

Enquanto estive na televisão, não tinha horário, faculdade ou qualquer coisa que afetasse meu desempenho, hoje conto no relógio o horário de largar. E não é um estágio ruim, gosto de esportes, do ambiente e da liberdade que tenho, não era para estar insatisfeita, não sei o que está acontecendo. Meus tempos de rádio, como sempre, rápidos. As duas vezes em que estive por lá foram de total satisfação o que me faz depositar esperanças na Rádio Frei Caneca, mas não posso depositar minhas energias em algo que não existe.

Quero equipamentos e órgãos culturais, quero poder fazer, respirar, propagar a cultura. Não tinha uma linha até pouco tempo atrás, mas intuitivamente, foi só sobre isso as minhas pessoais produções. Só que por outro lado, tenho a sensação que tudo pode ser fase, e que esse meu pensamento fechado me faça perder boas oportunidade em outras áreas. E como me falaram, tudo são experiências, vivências capazes de aumentar o meu repertório e contribuir para a minha bagagem. É por isso que me pergunto sobre qual caminho seguir, fechar ou abrir? Jogar tudo para o alto novamente? Mas até quando?

Sim mas, e eu?

Dessa vez não é só o corpo que está cansado, é a mente. Onde quer que olhe, ninguém que apoie, o contrário, todos que reclamem. Em minha volta, sempre uma reclamação, e mais uma vez eu pergunto, sim mas, e eu? É muito fácil ser amiga para os outros, dobrar-se e não vê ninguém fazer uma curva por você.

Minha cabeça dói, quanto mais eu faço, mais parece que não acaba. Sinto vontade de chorar mas nem as lágrimas tem tempo de sair. Não acho que esteja abraçando o mundo e sim carregando o meu e o dos outros. Quero sentir sossego, paz, amor e por aqui só tem afazeres, caras feias e egoísmo. Talvez só eu enxergue isso, só eu consiga vê que não há motivos para desentendimentos, a vida é só uma para todos, não dá para tomar posse das horas e das pessoas e dizer: “não, isso não Risoflora”.

Não acho que mereça certas coisas, não acho razão em certos nãos e em outras tantas não vejo necessidade. Queria mesmo é a solidão, pra vê se ela também é capaz de reclamar e fazer cara feia. Meu caminho é só, mas ainda não é solidão, quero mesmo é ficar sozinha, sem precisar lembrar que existem coisas e pessoas esperando por você.