A flor

Eu te entrego a flor mesmo sabendo que você não quer. Não digo que você a rejeita, mas ainda não quer dedicar-se a ela, há tantos jardins a sua volta que você ainda não reparou nela. Ela é uma flor comum, que não se cansa de te dar carinho, quando na verdade quem precisa de carinho é ela. Que se esquece do mundo quando você vem regá-la e que volta e meia se pega pensando em você. Mesmo sabendo que você não é o que ela sempre quis, ela te escolheu pra ser o dono do seu jardim.

Foi sem perceber que a flor brotou para você, não sei se isso era para acontecer. Do jeito que ia poderia até ser, mas aí você achou melhor deixar de ser. Só que ela não quis saber e continuou a germinar para você. Eu até tentei plantá-la em outras terras, mas ela não quis saber, só no seu solo ela quer crescer. Não há motivos para arrancá-la, mesmo que não seja como ela queria que fosse ela se sente bem no pequeno espaço de terra que você reserva para ela. Às vezes você a esquece no sol ou lhe encharca, mas ainda não foi nada demais.

Não quero que saibas que ela é sua, já que por muito menos você já se assustou, acho melhor deixar como está. Vou cuidando dela por você, esperando o dia em que dela você irá cuidar E mesmo que esse dia não chegue, ela é quase um mandacaru, sabe a hora certa de brotar e é forte o suficiente para as dores suportar.

Aeso promove palestra sobre Vídeorreportagem

Estudantes das Faculdades Integradas Aeso Barros Melo participaram de uma Palestra sobre Vídeorreportagem com o jornalista e diretor de fotografia Fábio Guerra. Inspirada em um workshop que será ministrado próximo mês, Fábio conversou com os alunos dos cursos de Jornalismo e Publicidade sobre o segmento, abordando mercado de trabalho, requisitos técnicos e exibindo seus trabalhos na área. “A ideia era, em primeiro lugar, só divulgar o workshp aí a gente chamou o Fábio para compartilhar um pouquinho, dar essa degustação do que vai ser esse workshop aqui para os alunos”. Explicou Mônica Fontana, coordenadora do curso de Jornalismo.

A videorreportagem apesar de ser um segmento jornalístico é bastante utilizada em campanhas publicitárias e tem sido vista como um segmento promissor dentro do mercado de comunicação. Os alunos receberam dicas e conheceram alguns equipamentos bastante utilizados, se situaram sobre as suas características e as possibilidades de mercado. “Um vídeorrepórter é um cara antenado em tecnologia e independente, é um cara meio ‘bombril’” exemplificou Fábio. A partir dos trabalhos dele, abriu o pensamento dos alunos sobre as várias oportunidades que a videorreportagem pode oferecer ao profissional, trouxe algumas curiosidades que o envolveram dentro da videorreportagem “Comecei como vídeorrepórter, a vida me levou a publicidade”

Morador de São Paulo, Fábio diz que veio ao Recife “Puxar a corrente” da vídeorreportagem, técnica que existe a mais de 20 anos, e é vista como atrasada aqui no estado. “A videorreportagem dá os seus primeiros passos agora, o Diário de Pernambuco e Jornal do Commercio é quem tem trabalhado um pouco em cima, mas pede às universidades que preparem profissionais para fortalecer esse mercado”. Pensando nessa capacitação que Fábio trás ao Recife, o Workshop “Vídeo Repórter – A câmera” são cinco dias de aula, onde os alunos aprenderão a teoria, técnica e prática de um vídeorepórter “O pessoal do Senac de são Paulo me convidou para dar as aulas, e eu fui a ponte para trazer o curso aqui pra recife”.

Um Publicitário que não permite chamar-se escritor


“Sou um publicitário, um publicitário que tem uma vida política, uma formação política e histórica, que fez um curso de direito”. É assim que se define José Nivaldo Jr, deixando de lado as honras de ser autor de um best-seller e sua segunda obra ter vendido mais de 300 cópias apenas no lançamento. “Eu não sou escritor, escritor é aquele que amanhece, anoitece, pensando em escrever, meu pai é um escritor, eu sei escrever”. Autor de” Maquiavel, O Poder - história do Marketing, José Nivaldo Jr lançou em Julho deste ano o “Atestado da donzela 2, Paixão Fuxico e mistério” obra esta inspirada em um romance escrito pelo seu pai, em 1967. “Depois que escrevi Maquiavel, não quis fazer outro para concorrer com ele, aí este ano eu tive a ideia de escrever um romance, que seria a continuação de uma obra do meu pai. Eu sempre achei que o livro dele tinha um potencial dramático que não se esgotou, com ações e histórias que poderiam ser desdobrados. Aproveitei o período de entressafra, quando termina as campanhas eleitorais, para escrever. Praticamente escrevi um capitulo em dois dias, mas ainda tem muita coisa pra revisar”.

Apesar de não se considerar escritor, José Nivaldo Jr. tem uma relação bastante estreita com os livros. “Na infância eu lia obcessivamente, eu sou filho de casal de médicos e além de médico, o meu pai é um intelectual. Na infância eu li tudo do regionalismo, Jorge Amado, Hermilio Borba Filho, Graciliano Ramos, um pouco mais tarde Ariano Suassuna”. No escritório ou em casa, existem sempre muitos livros a sua volta, eram tantos que ele doou alguns ao Centro Cultural Manuel Lisboa. Mas esse apreço por livros deve ter um viés genético, pois o filho de José Nivaldo Jr., João Henrique Souza também deixou frutos à literatura, ele que também lançou um livro este ano, o “Óculos Blue”. “São três gerações de escritores, quem sabe o João Henrique não escreve o ‘Atestado da Donzela 3’, brincou com orgulho, José Nivaldo. Mesmo sem planos para próximos livros, José Nivaldo avisa que este ano a editora irá lançar uma edição especial em homenagem aos 20 anos do livro Maquiavel , o Poder. “Podem vir outros livros, mas não tenho planos. Posso até escrever sobre a obra de papai, quem sabe escrever sobre ele. “Não preciso trabalhar mais nada, posso trabalhar eternamente a obra dele que tem pano pra manga”

Além da leitura, o forró e Pernambuco são outras paixões suas, “Eu sou apaixonado pelo forró, gosto muito do frevo também, sou marcado pelas coisas de Pernambuco. Em alguns momentos a minha carreira teve destaque nacional, mas eu nunca deixei de morar em Pernambuco, nunca cogitei me mudar daqui, Pernambuco é a minha paixão”. Fato bastante presente no seu livro, O atestado da donzela é resultado das vivências deste publicitário que não se permite chamar-se escritor. “O livro tem muito de mim, mas não é autobiográfico, tem muito da minha vida, do meu viver”. Mesmo se tratando de uma ficção, os elementos presente no livro são o produto de significações pessoais, resultado daquilo que compõe a vida de José Nivaldo Jr: a forte ligação com seu pai, a linguagem pernambucana, os personagens - muitas vezes reais e natural de Surubim, cidade do interior do estado. “Então eu juntei essa receita e tentei fazer um livro que junte mistérios, humor, história de uma forma leve e agradável, para que as pessoas leiam e aprendam um pouco mais sobre vida, eu acho que o livro deixa uma mensagem”.

“Eu sou redator, um redator publicitário redige qualquer negócio, anúncio não tem estilo, ao longo da minha carreira eu explorei todas as veias da publicidade, possíveis e imagináveis. De anúncios institucionais a ‘Mané da china’”. São 35 anos de carreira, dois livros totalmente distintos tanto entre si, quanto sobre seu autor. Publicitário, pai e escritor, José Nivaldo Jr deixa a literatura um filho maduro - Maquiavel, O Poder - e agora trás um caçula para deleite nosso – O Atestado da Donzela 2. “As pessoas que tem conseguido ler, tem gostado”.


mais um mantra



Não sei se vem de aristóteles, não sei se é a minha alma, se é a letra... enfim, essa música trás energia em sua melodia.
Até mesmo que seja a primeira escuta, não há como não se envolver. Sem contar que a letra é perfeita. Já faz parte dos meus mantras!

Chapeuzinho vermelho




Nem chapéu vermelho Linda Perry usava, mas foi assim que por muito tempo chamei 4 non blondes, também né, um nome dessen não podia chamar de outra forma. Na verdade, a música que deveria estar aqui era What'up, mas esse clip é muito bom. Apesar da melancolia na letra, me identifico com ela, a edição e fotografia também me chamam atenção. Além de achar linda super estilosa e dona de uma voz espetacular, pena que só tenha esse cd!

A não tão má, mídia

Já não sou tão fã do capitalismo e muito menos defensora da televisão, aí paira em minhas mãos o artigo “Ilusão de massa, o papel da mídia no esporte”. É pedir para, mais uma vez, que eu externe minha revolta sobre a alienação humana e as irritantes manipulações desse complô chamado comunicação de massa. É uma pena não poder me referir nominalmente ao autor, já que o artigo não é assinado. Talvez pelos árduos pensamentos - que até eu achei exagerados, mas vamos por partes.

Ao falar de esportes, não há mente que não pense logo em futebol e os meus recentes anos de idade, lembram-me logo de toda a dedicação que as emissoras de televisão depositam neste segmento. Levando para os pensamentos midiáticos, são vários os benefícios que as empresam obtém em cima do consumo, não conseguindo desassociar os fatores políticos, econômicos e sociais ligados a uma partida de futebol. Deixemos de olhar para o esporte como “desenvolvimento físico, competição e regras definidas”, pois, a partir do momento que descobriram a produtiva sociedade entre empresas de mídia e empresas de bens e serviços que o esporte passou a ser muito mais que isso.

Muito bem pontuado pelo autor, as mídias são atualmente as principais fontes de produção e transmissão de formas simbólicas e construção de sentidos no mundo de hoje. Com visões mais profundas, o autor tira a olhar ingênuo posto em cima de uma transmissão para dizer que a mídia não influencia apenas na exibição dos jogos, mas na produção, transformação e ressignificação do esporte como um todo. Fato que não irá se resumir apenas ao futebol, transformação, produção e ressignificação sempre foram características de bastante domínio da mídia.

As visões de esporte imposta pela mídia podem se resumir em quatro pontos principais: Melhoria econômica, mudança social, projeção de uma falsa realidade e mudanças éticas. A mídia aliena a sociedade ao dizer que o esporte pode ser a “salvação” para os menos favorecidos, onde eles poderão ser tornar grandes “fenômenos”, ficarem ricos e famosos, mesmo não tendo – em sua situação atual - uma chuteira para jogar. Estes três primeiros aspectos resumem-se a ilusão de que os garotos são príncipes, que um belo dia uma fada irá aparecer e realizar todos os seus sonhos. Eu enquanto jornalista, defendo as reportagem de superação e defendendo a classe, digo que é do exercício do jornalismo noticiar fatos, por isso, se o repórter faz uma matéria contando a história de Ronaldinho gaúcho é porque é de interesse social saber de onde ele veio e quem ele é. E se existe o boato de que em toda partida de futebol há um “olheiro” a fim de lhe contratar não foram invenções da mídia e sim política de clubes para captar novos talentos. A mídia tem um controle sobre o consumo social, mas eles sempre partem da realidade, daquilo que é verdade.
Mas a mesma mídia que defende o real e não conta histórias de contos de fadas, cria uma projeção de “falsa” realidade, não vou negar. A necessidade de consumo que se criou em cima da televisão fez com que a nossa cultura fosse influenciada por ela, mais ainda, quando se trata de pessoas com pouco discernimento para fundamentar uma opinião sobre o que consumir. São pessoas que ditam suas escolhas a partir do que a televisão diz e por isso acabam vivendo uma realidade que não é a sua. Exemplo claro são pessoas que dependem do sinal de parabólica para assistirem televisão, que por não terem sinal local se tornam tricolor paulista, sem nunca ter pisado em São Paulo. Muitas vezes, se escondem no sertão do nordeste mas sabe todos os nomes de atores da globo e torce pro Internacional.

Essa falsa realidade é sim um das “ilusões de massa”, mas pior que ela são as mudanças éticas e o consumo capitalista que o futebol proporcionou. O conjunto de benefícios ambiciosos que se criou em cima do exercício do esporte é uma das principais razões da mídia ser vista como manipuladora. Pois a mídia exibe os jogadores, criando a imagem de sucesso, tornando-o um modelo, um exemplo a ser seguido pela sociedade – o que não deixa de ser verdade, apesar de, às vezes a mídia precipitar-se na hora de definir o status de um jogador. Os patrocinadores se utilizam desta imagem de sucesso para gerar o consumo de seus produtos na sociedade, onde a marca e nome de um artista são motivo de aumento nas vendas. “Aparentemente, todos lucram, todos ficam satisfeitos. A ética esportiva alterou-se do ideal de que “o importante é competir”. Transformou-se em um novo ideal em que ‘tão importante quanto vencer é ser conhecido, ser famoso, aparecer e lucrar’”.

O que acontece é que “a televisão multiplicou a plateia de milhares, para criar uma audiência e o mercado de milhões”. O que fez com que os capitalistas enxergassem o futebol como algo lucrativo. A mídia, por ser o meio mais viável em comunicação para muitos, tornou-se peça fundamental nesse negócio. Como no Brasil as emissoras são na verdade empresas de comunicação, o capital acaba falando mais alto que o social. Só não é justo que a mídia leve toda a culpa, quando na verdade o interesse econômico é quem gere toda essa manipulação. E por mais que as reportagens sejam “encomendas pagas” como o autor trata, o telejornalismo promove sim a objetividade, por enxergar o futebol como algo de interesse social. Tem a impressão que o autor não se trata de um jornalista, talvez se fosse, saberia que existe uma grande diferença entre uma transmissão de um jogo e uma matéria no jornal. Se as partidas se adaptam aos horários da mídia, foi porque as federações assim quiseram e se nós jornalistas exploram a imagem dos jogadores é porque o povo quer. Cabe ao povo escolher e entender a exploração que é feita em cima do seu consumo.

Por um mundo melhor

As vezes me pergunto se este é o caminho certo. Fracasso é uma palavra muito forte, mas dizer que é confortável, não é não! Nós humanos sempre buscamos a perfeição, o sentir-se completo, realizado, mas será que é o suficiente? Lógico que se tivesse a oportunidade não descartaria, mas ao mesmo tempo vem o velho, “e depois?” Será que a força é a mesma quando você se sente vencedor? A autossuficiência pode ser algo bossal, se não souber lidar com ela, mas a paz de espírito que a realização proporciona também é algo satisfatório.

Sempre trapaceei minha mente quando o assunto é a realização, das vezes que quase cheguei lá, não consegui a plena satisfação, sempre me faltou algo ou alguém. Por isso que não canso de esperar, queria poder provar dessa paz de espírito que deve ser sentir-se completo. Pôr a cabeça no travesseiro, como quem senta para vê um filme bonito e feliz, olhar ao seu redor e saber que não tem nada a desejar, tudo está do jeito que, nas limitações da existência, pode ser. Mesmo que você saiba que o mundo não anda bem, pelo menos você está e sabe que apesar de parecer egoísta, a sua felicidade pode contagiar o próximo e assim levar um pouco de felicidade a mais nessa roda viva que é a vida.

Talvez se as pessoas dessem menos audiência às coisas ruins e começassem a gastar suas energias com coisas construtivas e boas e ao invés de perder pensamentos em coisas maquiavélicas. Elas pudessem responder com carinho aos desconhecidos, dar um bom dia por desejar que o dia seja bom, não por que lhe ensinaram que é educado cumprimentar as pessoas. Apesar de ter origem no social, a nossa sociedade é egoísta, feita por pessoas que acham que seus problemas são maiores do que o de todo mundo. São pessoas que só porque não dormiu bem ou estar de TPM, que o dia está péssimo e tudo pode dar errado. Só que todos esquecem que o seu ódio e o seu amor vem de tudo que única e exclusivamente você produziu e por mais que sejamos donos de nossa mente, somos na verdade, submissos a ela.

Portanto, tudo aquilo que você produz em pensamento, se reflete - até de maneira intuitiva - no seu comportamento, por isso, controle seus pensamento e foque sua energia. Sem querer cair em ditados populares, olhe mais um pouco para o seu lado e lembre-se que a sua realização pode ser compartilhada, e que o mundo não se resume a você. Não estamos aqui a passeio, mas também não somos donos disso tudo. Antes de nós já havia a nossa mãe terra e todas essas energias que nos rege, não somos donos do mundo, apenas vivem nele.