O que você fez foi ridículo, mas ajudou a esquecer-lhe novamente. Parecia que tinha 17 anos, tanta irresponsabilidade em troca de um amor que mais uma vez, não fez o mesmo por mim. Hoje vejo que nada mudou e acreditar em nós novamente foi mais um erro, somado aos muitos que cometo quando se trata de você.
Apesar dos pesares, eu fui provar que poderia ser real, fui atrás novamente, mesmo sabendo que as circunstâncias eram outras, estava disposta a errar por um bem maior. Ainda desconfiada, fiquei sem saber o que estava fazendo e com o modo automático, observei mais do que falei. Parecia estar tudo perfeito, sentir a segurança que há anos não sentia e a satisfação que parecia não ter diminuído um milímetro nestes cinco anos. Só que estava tudo perfeito demais, tínhamos tudo para selar de uma vez por todas quando “alguém” entra no meio e atrapalha tudo. Eu vi você ir embora novamente, para ir “fazer o certo” – como sempre. Foi cuidar de “alguém” porque era a coisa certa a ser feita e me deixou para trás novamente. Se tivesse cometido todas as irresponsabilidades e tivesse ficado com você, tudo bem, não temo em arcar com as consequências. Triste é saber que fui irresponsável por uma ilusão, por alguém que faz o correto com todos, menos comigo.
Só que agora eu não tenho mais 17 anos, e repito novamente o que disse há cinco anos atrás, nunca mais eu derramo uma lágrima por você e toda vez que sonhar em sentir algum tipo de amor, pretendo me lembrar do que fizeste novamente. Todos temos o direito de errar, mas por uma terceira vez é burrice, então já não adianta mais acreditar, nunca haverá nós novamente. Pena que as coisas acabam e nem sempre os sentimentos vão junto, mas dessa vez eu tenho a certeza de que não darei um passo em favor de nós, como sei que você também, o fim que temia acontecer por outras razões, acabou acontecendo por você mesmo. Me senti uma otária pela segunda vez e pela terceira, você não há de fazer. Passei por cima de tudo e esqueci o mundo só para pensar na gente – de novo – e o que você fez? O de sempre, correu! Passei anos para acreditar novamente, para me desarmar e curar todas as feridas de ser deixada, para ser deixada novamente, pela mesma pessoa.
Vi um filme passar pela minha cabeça naquela noite, estava sozinha novamente, longe de todos, me sentindo suja e desprezada. Era a mesma cidade, as mesmas lágrimas e a mesma dor, parecia que os anos não tinham passado, parecia até que ia prestar vestibular em breve e não conseguia pensar em mais nada a não ser ouvi-lo dizer que “precisa ir”. Como você pôde fazer isso novamente? Se não existia coragem, porque não me disse? Se não era a hora, porque não me deixou ir? Fiquei por nós e na primeira chance que você teve, você esqueceu de nós. É como se o amor só existisse nas horas boas e conveniente, é como se eu fosse um truque de mágica que posso sumir e aparecer quando lhe convém. Só eu sei o que passei naquela sexta feira 13, só eu sei da dor de ser deixada e ter que manter-se erguida, forte, como se nada tivesse acontecido. Pra depois de tudo vê você querendo conversar novamente, se era pra terminar o namoro, que terminasse naquele dia, enquanto eu ainda não tinha me machucado.
A felicidade é que por ser a segunda vez, já tinha em mim a lição de que por amor não morre e depois de tudo aquilo, as coisas ficaram mais claras na minha cabeça. Tudo que eu quero agora é aprender a viver longe de você ao lado de quem realmente – até agora – me fez valer a pena cada palavra e sacrifício pelo prazer de amar.