Você me pergunta se pretendo terminar, eu, que nunca tinha
me perguntado isso, tenho medo da resposta que posso dar. Pela primeira vez não
sei se devo falar o que se quer ouvir ou aquilo que passa na minha cabeça, quem
sabe até o que realmente queira – mas como falar o que quero, se nunca parei
para pensar.
A verdade é que nem tudo se responde com um sim ou um não.
Nesse caso, seria sim, se não tivesse a plena consciência de que você precisa
da sua liberdade, se desprender de qualquer tipo de obrigação ou monogamia. E a
mesma consciência de que não funciono no modo pega e não se apega, gosto de me
dedicar, cuidar, não sobrevivo à incerteza ou um não, sou possessiva demais pra
isso. Ainda que não sufoque, gosto de certezas, não quero doar a quem não quer
fazer o mesmo. Aí acaba sendo não pelo simples fato de querermos coisas
diferentes, não culpo, é mais que necessário o seu desprendimento, mas ao mesmo
tempo, é tarde e arriscado para mim permanecer a disposição. Tenho muito amor e
carinho para dar, mas só faço depósito em conta confiável e neste caso, é hoje
e pode não ser amanhã.