Coajuvante

Parece que o meu lugar se tornou o epicentro de todos os terremotos. “Envelheci, dez anos ou mais nesse último mês” sempre me identifiquei com essa frase, mas a cada momento que me deparo com ela, dou conta que envelheço muito mais. Sem desejar, acabo precisando ser cada vez mais madura, me pergunto se tudo isso não é cedo. Ora, vi tudo desmoronar e por hora vejo a minha história ser vivida por quem eu nunca imaginei que seria.

Sendo mais inesperado do que a própria palavra pode ser. É quando o indestrutível passa a ser destruído, quando seu porto seguro passa a precisar de segurança, quando você se torna a única bandeira de paz no meio de uma terceira guerra mundial. E no meio disso você ainda passa a refletir sobre tudo aquilo que você pensava ter opinião formada, quando você deixa de ser você por causa dos problemas dos outros. Mas às vezes não é o seu ser, esse ainda está ali, totalmente envolvido pelo outro ser, mas quando começa a perceber que até os alicerces mais fortes desmoronam e por isso, rever seus conceitos. Não importa a quantidade de gesso que tenha, se amanhã for para cair, tudo irá cair. E ao sentir essa fragilidade, cada passo seu se torna mais reflexivo.

Ainda há muito que aprender, não estou nem na metade (da metade) dessa história, mas a cada curva, levo algo para mim. Tenho medo de envelhecer antes do tempo, de estar esquecendo algo ou de estar sobrecarregando a mente. Mas também não tenho onde encontrar respostas, Sigo abismada com a fragilidade das vidas, presa em pensamentos que me deixam cada vez mais introspectiva, calculando cada passo para não perder o meu caminho. E percebendo que muito gente não se dá conta dos grãos de areia que são perdidos de forma (muitas vezes) banal nessa enorme ampulheta que é a vida.