Sem despedida, censurado.

Só os meus pensamentos já me deixam tímida, não entendo a reação, prendeu demais a minha atenção. És um personagem de um conto sem trama, com nome, sobrenome e profissão, mas sem nenhuma identificação, um desconhecido conhecido. Fato atípico dessa minha mente perturbada. Como posso me encantar por alguém que não conheço? Como te enxergei naquela multidão? É do ser humano questionar-se, mas todo questionamento parte de uma conexão e a única existente nesse fato, não justifica a minha reação.

Lembro que te convidei para a minha mente quando te achei parecido com algum músico dos anos 80 e fiquei presa em meus pensamentos, tentando descobrir quem. Concidentemente, meus ouvidos andam grudados no folk de Bob Dylan e depois de alguns caminhos, os meus olhos também. Meus ouvidos estavam presos a um som, naquela noite, os meus olhos andavam perdidos, observava todo o movimento, quando me deparo com o mais próximo de Bob Dylan que consegui chegar, você. Os meus olhos te viam, mas a minha mente não queria achar que era você. Nem eu, nem ela... mas graças à teimosia dela, conhecemos você. Sem criatividade nenhuma e com a conversa mais fiada que se pode imaginar, conheço aquele que me rendeu despretensiosos pensamentos. Naquele momento, imagem e som se formavam, eram as primeiras linhas do meu conto. Mas para isso, precisaríamos de uma história e esta soa mais utópica do que a nossa inusitada apresentação.